Foi firmado no começo deste ano um convênio entre a ANAC (Ageência Nacional de Aviação Civil) e as companhias aéreas, um convênio que permitia a emissão de passagens gratuitas aos responsáveis pelo controle das operações do sitema aéreo. Afinal estes profissionais tem como missão fiscalizar o bom funcionamento deste importante setor da economia.
No papel tudo lindo e maravilhoso, mas na verdade vemos que o buraco é mais embaixo. Nem bem firmado o acordo e o benefício foi ampliado para todos os funcionários da ANAC, inclusive aqueles que nada tem a ver com a fiscalização, limitados à funções "burrocráticas".
Resultado? Dobraram em menos de um ano o número de passagens emitidas. Chegando a um total de perto de 1200 passagens por mês. Pior, concentrando sua emissão nas segundas e sextas-feiras, numa rotina típica de viagem de lazer, nos finais de semana.
É caro leitor, mais uma vez o público toma conta do privado para benefício próprio. Mais uma vez, recursos importantes e escassos, cuja falta pode causar eventos como os observados por muitos, e vividos por outros tantos, nos aeroportos nacionais. De um lado temos o colapso do sistema aéreo, enquanto do outro férias grátis para funcionários públicos.
Some-se a isto coisas como o adicional de periculosidade pago aos funcionários de escritório da Petrobrás (que só entram contato com gasolina quando abastecem seus carros), os cartões de crédito palacianos com despesas classificadas por segurança e tantas outras iniciativas que resultam em mordomias caras.
Isto é o poder público, onde o pensamento corrente é o de aproveitar-se das mordomias pagas pelos contribuintes e não de servir a eles. A solução?
Redução do Estado, menos bocas para mamar, menos dinheiro gasto. Simples e rápido, pois se criarmos uma agênica para fiscalizar agências, teremos em breve de criar agências de fiscalização das agências de fiscalização das agência reguladoras.
Efim, como dizia no saudoso Direita Volver:
Qui Custodiet Ipso Custodes? (ou Quem vigia o vigia?)
No Brasil? Ninguém.
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