CANDIDATOS TEFLON

O PT vem enfrentando uma situação antagônica nestas eleições. O engraçado, no entanto, é ver que candidatos com uma característica comum tem resultados tão adversos. É preocupante também ver que, repetidas estas condições nos pleitos regionais e para o congresso nacional, chegamos à conclusão que um novo governo Lulla terá muito pouca influência do partido do presidente.

O problema é o candidato Teflon, aquele em que nada cola, onde as pesquisas não se abalam pois nada muda a posição do eleitor, que não agregou mensagem alguma ao personagem.

A situação do presidente é absolutamente confortável (segundo pesquisas) pois parece que o eleitor não tem condições de entender o papel de Lulla nos escândalos, ou prefere não acreditar que ele fosse capaz de comandar a bandalheira.

Do outro lado, o senador Mercadante não consegue mudar um mísero ponto percentual em suas intenções de voto. Chegou no pleito com 17% e está neste patamar há meses, sendo muito provável a derrota humilhante para José Serra. Fazendo, mesmo com a máquina do governo federal nas costas, um papel ridículo se compararmos com o desempenho de José Genoíno em 2002.

A verdade? Não tenho a menor idéia caro leitor, juro.

Mas duas situações me vem à cabeça. Uma seria a imagem do eleitor sobre o presidente, dissociada do PT, mostra que o eleitor não vai perdoar a canalhada, mas sabe que o presidente, por sua atuação até o momento, não terá a menor dificuldade em abandonar o partido ao menor sinal de dificuldades.

A outra é a profunda apatia do eleitor. Cansado da canalhice toda, decidiu escolher seus candidatos no dia da eleição, na frente da urna, quando não for possível mais adiar o momento. Aí não vai ter pesquisa que preveja o resultado.

Sinceramente, acredito que, se reeleito, Lulla não terá maioria no congresso. O problema é lembrar de outro presidente, também eleito por um partido enfraquecido no Legislativo em 1990. O resultado é conhecido.