sábado, agosto 19, 2006

COMO FALAR COM UM ESQUERDISTA (se não tiver jeito)

  • Primeiro: nunca entregue o jogo no primeiro tempo. O esquerdista sempre vai falar: “Tá bom, Stalin era de esquerda e era horroroso, mas Hitler era de direita.” Era de direita uma pinóia! Eu sei que vai ser demorado explicar pro esquerdista que isso não é verdade, mas não entregue os pontos de cara. Se a discussão tiver que começar com o básico, que comece.

  • Segundo: Nunca comece na defensiva. A não ser que você tenha feito parte do governo do PT, tenha roubado mais que em qualquer período da história republicana brasileira, esteja envolvido com acusações de assassinato, lavagem de dinheiro, remessa ilegal de dólares, financiamento ilícito de campanha ou ache qualquer uma dessas coisas práticas normais, quem precisa se defender são eles. Você não tem um monte de esqueleto para esconder no armário. Em resumo, não fique na defensiva, parta para o ataque de cara.

  • Terceiro: Você deve irritá-lo. Se o esquerdista ainda não perdeu a fala, ainda não te olha com ódio, com vontade de partir pra cima de você, alguma coisa você não está fazendo certo. Os esquerdistas não ficam indignados quando se contam mentiras a respeito deles. Nessa linha eles são muito bons. O que os aborrece enormemente é quando a verdade é dita. Você tem um leque enorme de opções: pode citar Stalin, Fidel, Leste Europeu, Camboja, China, Lula, Chavéz, etc. Eles irremediavelmente vão citar o imperialismo americano. Pergunte que países no mundo sofrem com esse imperialismo. Você deve então começar a notar os sinais de irritação.

  • Quarto: Nunca peça desculpas, jamais faça um elogio, em hipótese alguma seja cortês com um esquerdista e nunca os apóie. Paulo Maluf subiu no palanque de Marta Suplicy, está na cadeia. Roseana Sarney apoiou o PSDB e quando era sua vez de concorrer, levou uma rasteira, assim como Itamar Franco. O PFL insiste em poupar o presidente, apenas para ver o PT atirar mais e mais, sendo acusados de nazistas. Eles desconhecem qualquer noção de cordialidade, democracia, debate de idéias, essas frescuras pequeno-burguesas. Eles não foram educados assim, conhecem apenas a linguagem da porrada. Qualquer coisa diferente disso não é entendida por eles. O politicamente correto é o maior engodo. Pegue pesado, bata sempre e bata forte.

  • Quinto: Não se deixe corromper pela sedução da esquerda. Essa é especial para a juventude, mas vale para todos. Não tem nada mais na moda do que uma camiseta do Che Guevara, do que se dizer preocupado com justiça social, meio-ambiente, aquecimento global, distribuição de renda, direito das minorias, entre outros chavões esquerdistas. Se você acha exagero, assista a MTV ou a Globo e veja o que é mais in, cool, fashion: mostrar que estudou um pouquinho e que a melhor solução, ou a menos ruim, é mesmo o livre mercado, ou gritar que quem diz isso é um neoliberal insensível que não tem nenhuma preocupação com a justiça social.

  • Sexto: Seja sempre receptivo aos esquerdistas que começam a perceber o erro que estão cometendo. Muitos que hoje são de Direita já votaram no PT e outros na juventude também acreditaram na balela comunista e seus derivados. Churchill disse que uma pessoa que aos 20 anos não é de esquerda não tem coração. Uma que ainda é aos 30 não tem cérebro. Tenha paciência, especialmente com os jovens que estão procurando as respostas. No entanto, se o esquerdista tem mais de 40 anos, é caso perdido. Recomendo então o uso dos tópicos acima.

  • Finalmente, esteja pronto para os melhores argumentos dos esquerdistas: xingamentos. Enquanto o esquerdista não te chamar de neoliberal, ele não vai sossegar. No momento que ele te chamar de nazista, você pode dar o debate por encerrado se quiser. Você está desempenhando o terceiro tópico de forma satisfatória. Fascista, conservador, insensível, hipócrita, viúva da ditadura, machista e reacionário também fazem parte do leque do que eles consideram argumentos. Quando qualquer uma dessas coisas for dita com ódio sincero, você venceu o debate, não tem porque continuar. Vá lavar a louça, comprar umas frutas ou passear com o cachorro, mas não perca mais o seu tempo.

Bom divertimento!

*Baseado no capítulo 1 do best-seller How to Talk to a Liberal (if you must), Ann Coulter

Texto publicado por José Gedankien no blog do Zé (conforme verificado após comentário do autor) e pelo JP no Mídia Livre, que merece ser divulgado.

3 comentários:

John disse...

Obrigado

link retribuído

José Gedankien disse...

Esse texto tem autor. Por favor, coloque o link.
http://josegedankien.blogspot.com

Anônimo disse...

Excelente, Carl!

E muito verdadeiro!

beijos